Musicas

25 de nov. de 2017

Epoché! - Poesia



Epoché!


A vida tem sido dura,
Incrivelmente quero continuar,
Medonha,
Quase insuportável,
Mas sei que a realidade está em meu coração,
e essa realidade não abandonarei,
não brigarei com o mundo.
Por mais que ele seja horrível,
degenerado, decadente e podre,
a realidade tem espaço garantido.

Não há nada de belo aqui,
nada de eudaimonico,
nada de parcemonia,
epoché!

Essa realidade onde energias se devoram,
onde tudo vai pra frente,
um querendo enganar o outro,
onde só se pensa na consequência das coisas,
onde o fim é sempre a regra...
Essa eu desprezo.
Essa me machuca, me fere.

Mesmo sangrando quero continuar,
Pois o futuro não é a vida,
só há aqui e agora,
só há vazio e tempo,
só há dor e sofrimento,
só há desejo e deformação.

Nesse oportunismo do presente,
me saciarei das pequenas coisas,
das mais fúteis, inúteis e vazias.
das quais me forço a querer cada vez menos,
me saciar com menos.
Menos doce, menos salgado.
pois percebi que tenho que controlar meus desejos,
para não desejar demasiado,
o que não preciso.

Comer, Digerir, Excretar,
Dormir e Acordar...
Fugir dos predadores.
Não me escravizarei pelo resto.
Porque só o que é real tem espaço no meu coração.
Nem Deuses, Nem verdades,
Nem espíritos, Nem Eu,
Apenas uma existência banal e mundana,
da qual farei a minha maior obra.
Acompanhado daquilo que chamam de outros,
Acompanhado... farei do que fazem de mim
Aquilo que faço comigo.
Percebendo, Agindo...
Vivendo.

23 de nov. de 2017

Memórias









Que se passa diante de mim,
Algo que me refiro,
E some,
Do que não fica,
Do efêmero que se estende eternamente,
Ao não tateável,
As palavras, pequenas,
Sons.
Eu me lembro.

Demasiado Simples


Demasiado Simples


Eu não sei o motivo,
Dessa calma que me toca,
Dessa sensação tão bonita,
Tão linda...
E melancólica.
É algo estranho de se dizer,
Algo tão vazio,
E tão cheio de nada,
Tão rítmico.
Tem gosto de grama, de mato,
De abraço sincero.
Fantasia pura que se passa aqui,
Uma eternidade pretendida.
Uma lamentação pelo final,
Uma contentação com o que foge...
Das minhas deliberações,
Dos meus anseios,
Dos meus sonhos,
Dos meus desejos...

Uma contemplação da confusão,
Das memórias confusas,
Um cheiro com cor indiscernivel.

A vida...
A gratidão presenteia a mim,
Como eu queria essa sensação sempre,
Saciar-me com o inexplicável simples.

15 de nov. de 2017

Companhia


Companhia

Vivi coisas... Das quais,
Não sei como aguentei.
Ainda as vivo.
Sigo em frente.
Deformado pelas agressões do mundo,
Que continua aqui,
Me agredindo.
E eu continuo sem entender:
Como eu suporto?
Penso as vezes que não suporto só,
Porém, difícil é não me ver só,
Rodeado por pessoas cheias...
Cheias de respostas...
Vivo por Deus, Vivo pela verdade,
Vivo pela política...
Tantas justificativas...
Deus facilitará minha morte.
A Verdade será alcançada na morte.
A política não silenciará minha morte.
Tantos vivendo pela morte...
E eu querendo viver pela vida.
Os que vivem pela morte,
Nem vivem mais.
Não me fazem companhia.
Sozinho estou.
Odeio essa voz assombrosa da morte,
Que insiste em me convencer...
A morte é melhor.
Como eu odeio essas vozes.
Gosto das que não tem respostas,
Das que sofrem como eu,
Que são de carne e tripas,
Que cagam, trepam, e infelizmente morrem.
Essas vivem pela vida,
Dolorosa e deformante,
E esses que não sabem como aguentam...
Esses sim, são as verdadeiras companhias.