Companhia
Vivi coisas... Das quais,
Não sei como aguentei.
Ainda as vivo.
Sigo em frente.
Deformado pelas agressões do mundo,
Que continua aqui,
Me agredindo.
E eu continuo sem entender:
Como eu suporto?
Penso as vezes que não suporto só,
Porém, difícil é não me ver só,
Rodeado por pessoas cheias...
Cheias de respostas...
Vivo por Deus, Vivo pela verdade,
Vivo pela política...
Tantas justificativas...
Deus facilitará minha morte.
A Verdade será alcançada na morte.
A política não silenciará minha morte.
Tantos vivendo pela morte...
E eu querendo viver pela vida.
Os que vivem pela morte,
Nem vivem mais.
Não me fazem companhia.
Sozinho estou.
Odeio essa voz assombrosa da morte,
Que insiste em me convencer...
A morte é melhor.
Como eu odeio essas vozes.
Gosto das que não tem respostas,
Das que sofrem como eu,
Que são de carne e tripas,
Que cagam, trepam, e infelizmente morrem.
Essas vivem pela vida,
Dolorosa e deformante,
E esses que não sabem como aguentam...
Esses sim, são as verdadeiras companhias.
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