Musicas

20 de out. de 2017

Suicida.


Suicida


Cheguei aqui,
E sem querer progredir,
Quero que me justifique a vida.
Pois isso é a única coisa que interessa.

Como pode viver sem isso?
Se não há o que justifique,
Por que não o suicídio?
Moral? Ah! Faça-me o favor!

Me justifique,
Como posso ter certeza que a vida é boa,
Que a felicidade existe?
Me chame de pessimista ou cético!
Mas me demonstre a felicidade.

Se não sabe onde está,
Como pode ter tanta certeza?

Ou não é a felicidade que tem maior valor?
Seria Deus o ídolo a quem devo perseguir?
Piada! Deus não faz diferença.
E se faz, o que tenho com Deus?
Não o conheço.

E você me dirá que não devo me matar,
Pois isso é um momento e passará.
Já disse!
Como você sabe?

Pois bem, não é gozado, 
Ao tentar justificar a vida, 
A única coisa que eu realmente queria, 
Era que você me dissesse.

Execrável dureza de Ser.

O sexo.
Por que o sexo?
Reprodução?
Prazer...

Por todos os Deuses!
Eu os clamo para esclarecer,
Por que o sexo?

Para aliviar tensões?
Ciclos sociais? Aceitações?

Pois que forma degenerada e decadente.
Tudo pelo sexo, pelo sexo!
Corja mutiladora de não-identidades!

Que o sexo é bom por natureza,
Disso não duvido,
Mas pra quem não é mais animal...
Ou melhor, pra quem acha que não é.
Eu duvido!

Podre.

Uma decadência.

Eu tenho raiva.
Que por mais que não entenda,
Por mais que não tenha razão alguma.
Como essa porcaria,
Consegue ser tão gostosa.

Devo ser um lixo mesmo.
A execrável dureza de ser.

Como?

Escuridão que chega calada,
A brisa que faz janela assoviar,
Os tons de pensar mudam.

Olho para o teto, turvo,
A noite me pede respostas,
O que é a morte?
Por que estou aqui?

A filosofia não ajuda a falar,
Entender e discursar sobre o mundo,
Sobre a vida e suas contradições.
Não auxilia nem um pouco.

A filosofia ajuda-nos a apreciar.
O silêncio, essas respostas,
De como foi ontem,
Como sera amanhã.

Fico aqui, calculando, no silêncio.
Me pergunto como cheguei aqui,
Cada processo... E confesso.
No silêncio, coisas que não quero ouvir.

Não é um estado triste, mas dói.
Sofro por não saber o que não é a vida.
Mas consciente do que tem valor,
Da vida, a única que posso experienciar.
Me silencio, não por entendê-la,
Mas para aprecia-la.

18 de out. de 2017

Alucinações lúcidas.

Mais uma vez,
Um antigo amigo bate a porta,
É o tédio.

O silêncio grita alto,
Estremece meus desejos,
Foco na visão,
Percebo pouco.

Sinto o vazio.
Quer se preencher.
Dói.

Um inseto encosta em mim,
Num susto,
Onde eu estava?
Como pode ser possível?

Não estava eu olhando para o nada?
Para o nada...
Para o vazio.

Quando o mundo é vazio de si,
E busca preencher-se fora...
Ou busca preencher-se por si só...
Não entendo.

Como posso eu atribuir algo a mim?
Sou nada? Sou vazio?
Serei eu um eterno apaixonado?
Sempre me preenchendo...
Na atribuição do outro.

O inseto caiu no chão.
Meu joelho treme,
Tenho medo de aranhas.
Mas felizmente é um besouro.
Não é mais um problema.

Voltando ao tédio,
Onde eu estava?
Ah é!
Estava tentando descobrir onde estava,
Acho que estou ficando louco...

Eu não estava assustado com o inseto?
O tédio... O inseto...
Por fim o inseto me levou o tédio.
O tédio agora volta a mim.

O tédio!
É o vazio que vai e volta.
Como um copo sem fundo,
Um cilindro por onde algo passa,
E mexe com minha energia...
Pff.. Viajei.

Agora que escrevi não faz mais sentido...
Sentido...
O que é sentido?
Será que o sentido é algo que passa pelo vazio?
Pelo tédio?
Mas o que é o tédio?