Musicas

22 de nov. de 2022

Passe.

As mensagens são fáceis de serem excluídas,

Troca o chip,

Muda o app,

Fecha conta.


Mas a memórias são assassinas. 

Te perseguindo sozinho, de forma cruel. 

Machucando aos poucos, 

Enquanto você clama por socorro, 

Sem ninguém ouvir. 


A lembrança é tortura,

É a história que não se apaga.

Feliz aquele que tem boa faculdade do esquecimento.

Pois o não esquecer é cruel. 

20 de nov. de 2022

Casa suja

Você roubou minha capacidade de sonhar,
Pra nada. 

Mas não tem importância, 
Não é mesmo? 
Nada disso nunca teve sentido. 
Nem esteve sentido. 

Não há arquitetura que reforme, 
Nem sei se há motivo para reformar, 
Fazer novamente,
Só por fazer. 

Abandone minha memória, 
Eu imploro. 
Meu refúgio era minha cabeça. 

Porque você entrou, 
Mexeu, fuçou e arrumou, 
Mas nunca quis ficar, 
Essa casa agora cheira a você, 
E não consigo escapar. 

16 de nov. de 2022

Encurralado

Minha mente joga contra mim,
Toda vez que a carência bate, 
Ela quer você. 

Mesmo com todo afastamento,
As inúmeras vezes que te perdi, 
Os foras que você me deu,
Por mais que seja claro. 

Persiste o desejo, 
A memória que me trai, 
Do seu sorriso que esquenta meu coração, 
Mas o flagela na conduta. 

Retorno a um período mais juvenil, 
Depressivo, ressentido, 
Querendo ser escutado, 
Mas largado no escuro. 

Queria te extrair de mim, 
As memórias, os abraços, 
E a vida como ocorreu, 
Eu queria que tudo isso morresse. 
Bem como meu sentimento por você. 


3 de nov. de 2022

Exposição

No expor do meu sensível,
Esbarro em máscaras de pedra,
Corpos de argila. 

Não há mais almas entre nós. 

Não sei mais o que nos move, 
Deixa de Ser um fluxo de fluxo.
Um vazio assombroso no silêncio.

A máscara olha e parece esboçar sorriso, 
Ou é isso que quero acreditar. 
Mas não consigo abraçar a argila. 

Não há mais almas entre nós. 

O silêncio ecoa na razão.
Que resposta? Que resposta? 
Mas só há o nada. 
O ninguém. 
O abismo.