De tanto ser-me,
e amputar do outro o poder sobre mim,
de ser-me como sou puramente,
sem criar um personagem ideal para idealizarem-me,
ser-me esse ser inadmissível,
as vezes esqueço do motivo de ser-me.
ser a si mesmo dói.
dói porque não existe um papel fictício para esconder nossas mazelas,
não existe um papel puritano para disfarçar ser um depravado,
mostrar ao outro como sou,
e sou assim,
podre.
incoerente.
depravado.
triste.
é fácil esquecer de porque eu gosto de ser-me,
ser-me é doloroso
mas o motivo para ser-me é um só.
é uma garantia, que vale a pena.
a garantia de que o outro tem boas condições de me ler e saber quem sou.
mas não sou por ele, nem jamais seria,
sou egoísta demais para isso.
sou para ele, nele.
na imagem que ele tem de mim, nessa aparência.
e se nessa aparência ele encontra um bom afeto, basta.
De qualquer outro modo,
se eu fingisse ser um ser agraciado, positivo,
virgem e comprometido com ideais que não são os meus,
eu teria que viver na certeza de que o outro não gosta do ser que sou,
mas sim,
do ser que eu inventei pra ele.
e essa dor de saber que o outro ama uma invenção não me basta.
A dor de ser-me é compensada pela tranquilidade de ser-me.
você que gosta de mim, gosta de algo próximo do que eu sou.
você que me ama, ama uma ideia próxima do que sou.
você que me odeia, tem ódio a aquilo que eu lhe apresentei, algo que sou.
e que assim seja:
se relacione com uma ideia mais próxima do que eu seja
a partir de mim, tire suas conclusões.
Não confundir jamais,
a tranquilidade de ser quem se é com
a tranquilidade de ser amado facilmente,
quando se escolhe viver sendo-se fiel a si,
percebe-se uma verdade dolorosa:
o amor é escasso e frágil
dá-se mais valor para sentimentos.
esses que brotam em relação,
relação é afeto de mão dupla.
Sei de você com as mesmas ferramentas que você tem
pra saber de mim.
É só esse o motivo.
e amputar do outro o poder sobre mim,
de ser-me como sou puramente,
sem criar um personagem ideal para idealizarem-me,
ser-me esse ser inadmissível,
as vezes esqueço do motivo de ser-me.
ser a si mesmo dói.
dói porque não existe um papel fictício para esconder nossas mazelas,
não existe um papel puritano para disfarçar ser um depravado,
mostrar ao outro como sou,
e sou assim,
podre.
incoerente.
depravado.
triste.
é fácil esquecer de porque eu gosto de ser-me,
ser-me é doloroso
mas o motivo para ser-me é um só.
é uma garantia, que vale a pena.
a garantia de que o outro tem boas condições de me ler e saber quem sou.
mas não sou por ele, nem jamais seria,
sou egoísta demais para isso.
sou para ele, nele.
na imagem que ele tem de mim, nessa aparência.
e se nessa aparência ele encontra um bom afeto, basta.
De qualquer outro modo,
se eu fingisse ser um ser agraciado, positivo,
virgem e comprometido com ideais que não são os meus,
eu teria que viver na certeza de que o outro não gosta do ser que sou,
mas sim,
do ser que eu inventei pra ele.
e essa dor de saber que o outro ama uma invenção não me basta.
A dor de ser-me é compensada pela tranquilidade de ser-me.
você que gosta de mim, gosta de algo próximo do que eu sou.
você que me ama, ama uma ideia próxima do que sou.
você que me odeia, tem ódio a aquilo que eu lhe apresentei, algo que sou.
e que assim seja:
se relacione com uma ideia mais próxima do que eu seja
a partir de mim, tire suas conclusões.
Não confundir jamais,
a tranquilidade de ser quem se é com
a tranquilidade de ser amado facilmente,
quando se escolhe viver sendo-se fiel a si,
percebe-se uma verdade dolorosa:
o amor é escasso e frágil
dá-se mais valor para sentimentos.
esses que brotam em relação,
relação é afeto de mão dupla.
Sei de você com as mesmas ferramentas que você tem
pra saber de mim.
É só esse o motivo.
Perfeitamente! É doloroso se aceitar e viver a si mesmo, mas é necessário e por fim salvador.
ResponderExcluir:D sim!
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