Musicas

3 de jul. de 2019

Ele passa.

Átomos!
Átomos e vazio.

Vazio para que os átomos transitem,
Átomos na imanencia da nossa percepção,
Que aparentam estar parados,
E que tentamos flagra-los com simbolos,
Palavras, gestos, expressões.
Mas o vazio nos sabota.

Na imanencia dos átomos,
Não há nada que possa ser,
Tudo deixa de ser, transita, muta-se.
Se destrói, se deteriora,
Se transmuta, deixa de ser,
Para apenas estar...
Por um breve instante na nossa percepção.

Instantes que também modificam a percepção.
De mundos tristes e alegres.
De mundos que são belos,
E mundos que não desejamos assistir.

Graças a isso,
Do que posso falar sobre um sentimento fugaz?
Desse que brota em minha constituição atômica...
Quando o mundo que percebo o circunscreve?
Posso dizer que no instante que o percebi, amei.
Desejei. Enrijeci.
Bem como eu queria que o mundo enrijecesse.

Ah! Vazio ingrato!
Como podes putrefar a beleza?!
A beleza do instante que percebido por mim,
Me causa a demanda do toque,
Como eu queria adentrar esse instante,
Que vazio, me esvazia das dores.
Que vazio, me ameniza do passar do tempo.
Mas que por ser átomo,
Tem efeito em meu corpo.

Ah mundo!
Como pode ser que este que no vazio me enche,
Não me preencha internamente,
Vislumbro de longe os olhares cruzando.
E lamento,
Pelo instante que acaba de passar.

E na sequência inexplicável,
Espero, sempre temendo,
Essa manifestação mais bela dos átomos
imanente a minha percepção,
Do mundo da carne...
E como é duro esperar.

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