Linhas demarcadas salgam,
Agrava-se da dança do fogo
Que arde o peito.
Mundo que fere,
versus desejo que fortalece.
Reconheçamos a roda,
essa, que gira sem controlarmos,
essa, que grita nossos nomes,
cometendo a heresia de nos contar quem somos,
e ainda, mais dolorosamente, quem devemos ser.
Vozes desalmadas!
Não há alma que eu possa enxergar,
Só enxergo corpos que matracam,
balbuciam mentiras incontáveis,
travestidas de verdades ambulantes.
Um animal, que era puro desejo,
passa a ser "Eu",
na medida em que nega o mundo que lhe falta,
para dar conta de responder a tantos gritos.
Gritos desalmados.
Discursos que nos moldam.
Angustia!
Angustia pois dói,
dói saber que poderia ser diferente,
mas os recursos civilizatórios não se esgotam,
e essa guerra jamais terminará,
enquanto vida, tempo de sofrimento.
Guerra do animal que tem desejos.
Mas com um mundo que o Frustra incessantemente,
e que não sai de sua frente,
até a morte.
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