Musicas

29 de out. de 2019

Um sopro niilista

O tempo passa e percebemos,
Que as coisas mais pífias da infância, 
Vão se tornando cada vez mais raras. 

O tempo passa e percebemos, 
Que talvez a nossa memória nos sabote, 
Que a infancia cadecia de estratégias, 
De faculdades de pensamento, 
De competência. 
De amizades verdadeiras. 

O tempo passa e percebemos, 
Que a nossa mente preserva o bom, 
Pra nos convencer a continuar. 

O tempo passa e percebemos, 
O quanto o tempo dói, 
E o quanto as pessoas o desejam, 
Desejam que o presente se destrua, 
Em nome de um futuro prometido, 
Um além longe daqui. 

O tempo passa e falecemos. 
Deixando memórias a outros, 
Que ficarão aqui.

O tempo passa e nos esquecem. 
E assim, a finitude fez uma existência.
Inúmeras existências se foram. 
Algumas estatísticas da história, 
Outras guardamos na memória. 

Quero conhecer a heroína atrevida, 
Que no decorrer de sua vida, 
Escolheu não que o tempo passasse, 
Mas que permanecesse,
Não em memória, em ato. 
Não em palavras, em ato. 
Não na alma, mas em ato. 
Eu quero conhecer a dita cuja, 
Que petrifica o tempo, tornando-o eterno, 
Na vida de quem a reconhece. 

O tempo passa, e a gente esquece. 
Que a vida passa. 
E a gente... 
Perece. 

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