Musicas

28 de dez. de 2022

Transparência.

Não gosto de ser arremessado na contingencia, 
A esperança precisa morrer
Para dar espaço a alegria, 
E, assim, ser possível o amor. 

Consciência dói. 
Dói, pois quem não a tem não sente como é cruel,
Consigo e com os outros, 
É duro ter ouvidos treinados ao sofrimento. 

Quem atua condena o outro, 
E sofre querendo parar de sofrer, 
Sofre pelo medo de sofrer, 
Sofre pois tem que sofrer.

Não nos livraremos do sofrimento, 
Não enquanto vida. 
E isso não é um convite ao suicídio, 
Pelo contrário, 
É um convite à vida. 

À vida sofrida, 
Essa de humanos de carne e osso, 
De luta, de disputa e de tempo.
Essa única que é bela aqui e agora,
Afinal, não há outra que possa ser. 

Espero muito o derreter dessas máscaras de argila, 
Para que na real companhia, 
A gente se descubra, 
E viva o céu ou o inferno, 
O eterno ou o tempo.

A máscara que se desfaz, 
Dá espaço a alegria ou a tristeza. 
Ao amor e ao ódio. 
Que sofridos, serão sempre mais vivos. 
Morre o atuante. 
Nasce a companhia. 

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